quinta-feira, setembro 30, 2010

O dilema das pequenas emissoras de Tv e retransmissoras do Rio e no Brasil

     Semana passada, neste site, o fundador do mesmo Alexander Sabino divulgou que a Tv Seculo XXI viria para o Rio, porém a mesma não divulgou por qual canal ela iria transmitir o seu sinal em nossa cidade. O que mais nos entristece aqui neste site é saber que é mais uma emissora religiosa no line-up, enquanto que outros canais melhores e com programação gerada aqui ficam de fora. Será mais uma emissora da igreja católica no Rio, além da Rede Vida e da Canção Nova. Para que mais uma emissora católica? Não seria mais inteligente a CNBB ter uma concessão e nada mais. O mesmo acontece com as evangélicas. Temos varias emissoras evangélicas, seja de rádio ou Tv, e cada uma com uma corrente religiosa. E o pior disso tudo que as correntes religiosas que detem as concessões de Tv, com exceção das Boas Novas são de picaretas religiosos. Não seria mais inteligente ter apenas uma emissora seguimentada em ambos os casos? E o mais curiosos, é só estas religiões que tem concessão de radio e TV em sua grande maioria, embora os espiritas apareçam logo atrás.
      Não tenho nada contra a religião de ninguém, mas ao invés de se ter uma emissora para cada corrente religiosa, deveria ter emissoras seguimentadas para estas religiões, tal qual existe no rádio. Um exemplo disso são a Melodia e a Elshaday 93FM que são emissoras seguimentadas e não são ligadas a nenhuma denominação evangélica, embora seja ligados a politicos. Porém, ainda sim se tem uma programação seguimentada que atende a qualquer corrente das religiões evangélicas, o que fazem destas rádios campeães de audiência no Rio e no Brasil no seguimento em que atuam ( as vezes chegando na liderança geral como a Melodia, por exemplo), ao contrário das radios ligadas a seitas religiosas, que vivem com audiência baixa justamente por não atuarem como emissoras seguimentadas. O mesmo pode se dizer da Catedral em relação aos católicos e a Rio de Janeiro aos espiritas que seguem a cartilha da Melodia/El Shaday 93fm. Resumindo, emissoras religiosas podem até existir, mas precisam ser seguimentadas e não pertencer a qualquer corrente religiosa que seja e sim representar uma religião inteira como fazem estas rádios. Do contrario, não deveriam existir.
 
      Mais existe algo ainda pior que emissoras religiosas, que são as emissoras zumbis. Emissoras zumbis são aquelas que tem concessão de geradora e não geram nada a não ser horário eleitoral local, quando transmitem. Estas emissoras transmitem integralmente a programação de emissora de outros estados, em geral de São Paulo e nada geram de local aqui. São geradoras, mas funcionam como retransmissoras, o que configura um total desperdicio de canal, pois ao invés de se gerar uma programação local total, parcial ou mesmo de apoio com a geradora matriz, não, eles preferem não gerar nada. E acaba sendo um desperdicio também, pois quem é detentor de tais concessões não usam nem para beneficio próprio, seja para vender anuncios, para se auto promover e outras coisas do tipo, e ainda tira a oportunidade de quem quer gerar programação. Os maiores exemplos disso são a Rede Grande Rio, Tv Passaponte e Tv Verde Azul. Ambas nada geram nada aqui e são geradoras, e no caso da Tv Verde Azul, cuja sua razão social é fundação Vila Real, ela nem horário eleitoral do Rio ela transmite, preferindo transmitir o horário eleitoral de São Paulo vindo do sinal da falsa TV Tupi. No caso da Passaponte, ela só gerou programação e apenas um único programa na copa de 2006, ou seja, ha quatro anos atrás, e a Grande Rio só se limitou a divulgar seu logotipo quando fôra fundada em 2003. Fora isso, não geraram mais nada. Diante disso, vem a seguinte pergunta: para que estas pessoas tem, lutaram e querem estas concessões se não as utilizam para absolutamente nada. No caso da Passaponte é ainda mais gritante, pois ela pertence ao Sr. Wellington Salgado, dono da Universo e da finada Rede Venenosa de radio, hoje Mania, que ja atuou no Rio em 95,7 ao tirar a saudosa Alvorada Fm do ar. Ele não usa nem para proveito próprio e nem para uso dos alunos de comunicação e outros cursos da universidade da qual é proprietário. O mesmo se dá as outras duas emissoras citadas. Diante disso, para que as tem? Quais são seu objetivos em te-las sem gerar nada? O que ganham com isso na prática.
     Enquanto isso, emissoras como Boas Novas e Esporte Interativo tem que ficar recorrendo a concessões de retransmissoras e de Tvs por assinaturas para transmitir, pois as geradoras estão nas mãos de pessoas que não as merecem. Tanto as Boas Novas e o Esporte Interativo possuem suas cabeças de rede aqui no Rio, sendo que o estúdio da Boas Novas, na Curicica, em Jacarepaguá,  possui uma estrutura comparável a de uma emissora de VHF como a Tv Brasil, por exemplo, chegando a ser melhor que o da Bandeirantes. Porém, esta emissora que merecidamente deveria ter uma concessão de geradora, possui apenas duas concessões de retransmissora e duas de TVA e acaba transformando um deles em gerador  (canal 19 da Freguesia, no mesmo bairro) e ao mesmo tempo em cabeça de rede para todo o Brasil. O caso do Esporte Interátivo é ainda mais grave, pois seus estúdios e cabeça de rede ficam aqui, mas precisamente em Botafogo, mas nem canal de retransmissora tem, quanto mais de geradora. Enquanto isso, as geradoras estão nas mãos de pessoas, e que talvés nem sabem por que as tem, enquanto quem quer trabalhar são prejudicados por não ter canal disponivel, como os canais citados acima.
    
     Neste meio termo fica a NGT que gera programação aqui, porém em pouca quantidade e em geral produções independentes. Boa parte da programação, incluindo noticiários, vem de Sampa. No caso dos noticiários, o grande problema é que ela não gera um noticiário local, mas retransmite o noticiário local de São Paulo, sendo que ela tem uma geradora aqui e que por sua vez também gera programação, o que já um avanço diante das emissoras zumbis. O que ela deveria fazer era versões destes noticiários locais para o Rio, ja que a mesma possui geradora aqui, enquanto que o noticiário de noticias nacionais continuariam em São Paulo. A outra, seria investir em programas alternativos de baixo custo, onde se poderia dar oportunidades a novos talentos, tanto musicais como de outros meios culturais, ritmos musicais fora da mídia ou mesmo não divulgados por ela, a belezas naturais de bairros e da região metrôpolitana desconhecidos da maioria das pessoas e tudo aquilo que a grande mídia ignora, através destes programas. Para fazer isso, a NGT poderia contratar estágiarios e recém formados em jornalismo, cultura, turismo, publicidade e outras áreas que envolvam produção de TV. E finalizando, ela tinha que buscar como anunciantes, pequenos comerciantes, pequenas redes de supermercados, lojas prestadoras de serviço e todo tipo de anunciante que não teria condições de anunciar nas grandes emissoras como Globo, Band, Record e etc. Para isso, ela teria que investir no departamento comercial da mesma, indo aos anunciantes citados aqui no texto, reativar a repetidora canal 45 do Mendanha, colocar uma repetidora em Petrópolis e principalmente, melhorar a qualidade e o alcance do sinal. No caso da NGT, é inadmissível que ela tenha sinal e alcance ruím, pois o proprietário dela, é dono de uma fábrica de antenas e sistemas irradiantes de emissoras de Tv, a Mectrônica. Logo, ele fabrica e instala o que é fundamental, para não dizer elementar, para que um sinal de rádio ou tv tenha alcance e intensidade em qualidades necessárias para que uma emissora funcione bem. E diante disso, a NGT deveria ser a vitrine de sua fábrica, onde se mostraria a qualidade de suas antenas, cabos e sistemas irradiantes da melhor maneira possível, e não o contrario. Isso, para sua empresa de sistemas irradiantes, acaba virando um marketing negativo, pois a qualidade e intensidade do canal 26 é ruím, e do canal 45 do Mendanha era ainda piór, e o mais hilário é que ao invés de consertar e corrigir o problema, eles preferiram desativar por tempo indeterminado a repetidora. Resumindo, a NGT e a Mectrônica cumprem muito bem o ditado: casa de ferreiro, espeto de pau, da melhor maneira possível.
      Este é o quadro atual das emissoras da região metropolitana, cuja situação é bem ruim. O conselho dado a Ngt neste texto, também é válido para as emissoras zumbis. No caso das emissoras zumbis, estas concessões deveriam ir para quem realmente vai trabalhar com elas e não para quem não sabe o que fazer com elas. Se for para ficar retransmitindo sinal, é melhor pedir concessão de retransmissora, que em geral são mais fáceis de se conseguir do que as de geradora, pois não precisam de licitação e nem passa pelo Congresso Nacional, bastando solicitar a Anatel e ao MC.
       Nós telespectadores, tanto do Rio como do Brasil, precisamos de diversidade de emissoras e com boa programação. Para isso, as concessões precisam ir para quem realmente vai trabalhar com elas, seja para ganhar dinheiro, educar ou promover culturas. Estas concessões em geral ficam nas mãos de politicos ainda mais incompetentes do que aqueles que possuem emissoras de rádio ou são afiliadas de grandes rede de TV, pois em geral elas geram programação e se auto-promovem nelas. No caso de politicos, como Wellington Salgados e outros, nem isso. E claro que eu não defendo concessões nas mãos de politicos e muito menos para ser usada para sua auto-promoção, mas te-las para não fazer nada é ainda píor, é desperdicio puro e gratuíto. Portanto temos de lutar contra este tipo de coisa e se possivel, nos unir-mos aos que querem gerar alguma coisa e não consegue. Nós só teremos a ganhar se lutarmos juntos! E só!

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